A continuação da parceria público-privada (PPP) do Hospital de Cascais, com a adjudicação do contrato agora com o parceiro privado Ribera Salud, S.A., por oito anos, e com um valor estimado de 561,2 milhões de euros, conforme consta no Relatório da proposta de Orçamento de Estado para 2023 não traz nada de novo, nem de melhoria no acesso à saúde.
Cascais tem o único hospital PPP a servir a população, o atual governo não teve a coragem e volta a insistir neste tipo de contratos com entidades privadas que utilizam a saúde como negócio, desvirtuando o SNS tendencialmente universal. A pandemia ensinou-nos que quando estes grupos privados de saúde começam a ter despesas além do contratado há cortes na assistência à população e enviam os doentes para os hospitais centrais para estes darem a resposta necessária.
Em relação ao pessoal é sobejamente conhecido que não respeitam os rácios, os profissionais fazem mais de 40h semanais levando estes à exaustão com graves problemas potenciais na assistência quando se trabalha nestas condições.
Por outro lado estes grupos aproveitam as parcerias para formarem profissionais de alta qualidade a custo zero, levando-os para as instituições privadas desfalcando a assistência pública como aconteceu no Hospital de Loures que ficaram sem anestesistas, obstetras, etc pondo em causa o serviço público.
São mais que razões para não estarmos contentes com este tipo de parcerias para os cascalenses!
Luís Mós (coordenadora concelhia de Cascais do BE)