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Bloco quer acabar de vez com as PPP na saúde

Foto de Paulete Matos.

Existem quatro hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) geridos por grupos privados, através de Parcerias Público Privado (PPP’s): Braga, Cascais, Loures e Vila Franca de Xira.

“Cada um deles tem uma Entidade Gestora do Estabelecimento (EGEST) a quem foi entregue a gestão clínica por um período de 10 anos e uma Entidade Gestora do Edifício (EGED), a quem foi entregue a gestão do próprio edifício do hospital, neste caso por um período de 30 anos”,  lê-se na iniciativa bloquista, que tem como seu primeiro subscritor o deputado Moisés Ferreira.

Aquando da negociação dos contratos PPP em vigor, as entidades gestoras privadas fixaram elevadas taxas de rendibilidade anuais. Em Cascais, esse valor fixou-se em 9,74%, em Braga 10%, em Loures 12% e em Vila Franca de Xira 12, 76%.

O que leva ao Bloco a concluir que “ter na gestão de um hospital público uma entidade que tem como um dos principais objetivos o lucro é uma inversão das prioridades: os utentes deixam de ser o centro da ação, sendo substituídos pelos interesses dos acionistas”.

O que leva “a opções erradas e a políticas de gestão que atentem contra os direitos dos profissionais e coloquem em causa a prestação de cuidados de saúde aos utentes”, explicam os bloquistas.

O projeto demonstra ainda que as PPPs na saúde saem mais caros ao Estado do que a gestão pública e não apresentam melhores resultados operacionais ou melhores resultados em matéria de cuidados de saúde.

Por isso, e “em nome do interesse público e do Serviço Nacional de Saúde”, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda quer que a Assembleia da República recomende ao Governo que pare “com o lançamento de concursos que renovam as PPP de Cascais e de Braga” e que comunique a todas entidades gestoras  dos hospitais PPPs “a não renovação do contrato de gestão”, fazendo regressar estes hospitais do SNS à gestão pública.