Share |

Costa da Guia: Bloco Cascais defende o usufruto público do património público e o direito a um ambiente de qualidade

Na assembleia municipal de Cascais de 29 de Janeiro de 2019, o deputado municipal do Bloco, Miguel Oliveira, reafirmou que o Bloco nunca deixará de "lutar pela eco-sustentabilidade ambiental, nem pela defesa do património público para usufruto público" e denunciou a política "de saque" do Executivo Camarário PSD/CDS de Cascais entrega a "uns poucos bem escolhidos num grupo cada vez mais restrito, aquilo que é público", de que a cedência de terrenos à Associação Chabad Portugal de perto de cinco mil metros quadrados na Costa Guia é mais um exemplo.

O deputado municipal do Bloco referiu, ainda, que esta situação é, também, um exemplo da "arrogância e prepotência" do Executivo Camarário PSD/CDS na governação da Câmara de Cascais, impondo este projeto "contra a vontade expressa dos cascalenses".

 

leia aqui:

Intervenção do deputado municipal do Bloco, Miguel Oliveira

(no período antes da ordem do dia)

"Há alguns meses, questionámos as opções que levaram este Executivo a entregar a privados o património público a troco de quase nada. OK, sabemos que se trata de uma opção politico-ideológica que postula que a gestão privada é que é boa e que a pública não presta, como se atesta pela qualidade da gestão praticada em empresas como o BES ou a Portugal Telecom. O que é defendido é mesmo que a apropriação das mais-valias deve ser feita por uns poucos, à custa de todos e todas nós.

Esta tem sido uma das imagens de marca da desgovernação deste Município.

A escala do saque vai variando, mas a lógica é sempre a mesma, seja no Jardim do Bairro das Caixas, seja na Costa da Guia: entregue-se a uns quantos, uns poucos bem escolhidos num grupo cada vez mais restrito, aquilo que é público e, pior ainda, com uma arrogância e uma prepotência digna dos anos 50 do século passado, em que o Estado era governado de uma forma autocrática e autoritária; mal governado, portanto.

A entrega, há quem diga o aluguer, dos terrenos da Costa da Guia à Chabad, foi e continua a ser feita contra a vontade expressa dos cascalenses. De nada valem os protestos, os abaixo-assinados, as manifestações de repúdio, porque houve quem tivesse decidido que essa gente não merece o usufruto de uma tão nobre zona de Cascais.

Nunca esperei vir a ter saudades do Dr. António Capucho enquanto presidente desta Câmara Municipal, não que subscreva as suas opções políticas, neste caso, apenas a correcção e a humildade que demonstrou, no passado, face a esta mesma questão: soube ouvir a população e recuar numa decisão que lesava os interesses legítimos das gentes de Cascais.

Para este Executivo os único interesses adquiridos que devem ser respeitados são só aqueles que se refiram ao lucro dos privados - os direitos adquiridos pela população são apenas letra morta na lista das boas intenções camarárias e, de passagem, os direitos das gerações vindouras a um ambiente de alguma qualidade. À selvajaria a que se assiste nas cada vez menos áreas verdes do concelho, digna da política de Bolsonaro, fica por cumprir a promessa de plantar 57 mil árvores em São Domingos de Rana.

Perdemos a luta pela preservação da Quinta dos Ingleses; poderemos perder a luta pela defesa da Costa da Guia, mas não deixaremos de lutar pela eco-sustentabilidade ambiental, nem pela defesa do património público para usufruto público.

Não por mim. Mas pelos cascalenses, os de agora e os que hão-de vir depois de nós. E contra uns vagos interesses predatórios dos lacaios do capital.

Cascais, 29 de janeiro de 2019

O deputado municipal do Bloco de Esquerda

Miguel Oliveira"